História:
As GE 25 toneladas da Rede de Viação Paraná Santa Catarina foram maquinas compradas logo após a II Guerra Mundial pela RVPSC para re-equipar seu parque de tração que estava bastante desgastado já pelas condições debilitadas em que se encontrava nos anos 30 aliados com a escassez de peças e serviço mais intenso durante todo período dos conflitos.
A RVPSC desejava adquirir maquinas diesel, para assim como um ambicioso plano de eletrificação que estava começando a ser estudado na segunda metade dos anos 40, substituir a tração a vapor, que estava se demonstrando cara devido ao rareamento da lenha e do nó de pinho, antes muito comuns e baratos nas regiões do Paraná e de Santa Catarina atendidas pela RVPSC. A tração a diesel se apresentava como interessante, entretanto desconhecida e dependente de um combustível que na época era importado.
Abaixo tabela com informações sobre as 25 toneladas:
A Paraná - Santa Catarina, entretanto não estava na presente data gozando de grandes fundos para investir em locomotivas, pois havia outras obras em andamento em paralelo, como a construção da Central do Paraná além da substituição dos trilhos leves antes empregados por TR37, tanto na Itararé-Marcelino Ramos quanto na Estrada de Ferro do Paraná e Ramal de São Francisco. O lastreamento da via também era intenso nessa época, atingindo valores próximos a 100 km/ano desde 1935. Todas essas melhorias visavam proporcionar melhores condições de trafego as locomotivas a vapor, principalmente às Mallet 2-6-6-2 herdadas dos tempos da Brazil Railways quanto para as maquinas "padrão" da RVPSC nos anos 30-40, as Mikado 2-8-2 de 8880kgf.
Devido a todos esses investimentos, a RVPSC viu-se impossibilitada de adquirir maquinas diesel maiores que as Cooper Bessermer e as 25 toneladas. Ficando entretanto essas como maquinas de teste, pioneiras em 1945 e 46 consecutivamente. As Cooper eram destinadas a tração em linhas principais, incluindo a movimentada linha Curitiba-Paranaguá e Curitiba - Engenheiro Bley.
As GE 25 toneladas ficariam encarregadas de montar e manobrar trens em estações, além de prestar um serviço mais "limpo" que as locomotivas a vapor, que soltavam fagulhas capazes de queimar e manchar roupas dos passageiros em certas ocasiões, além de poluir visualmente a região da estação com sua fumaça de lenha paranaense.
Eram numeradas originalmente de um a seis, chegaram à RVPSC com uma pintura creme, apenas com o logo da RVPSC pintado nas laterais da cabine. Posteriormente foram renumeradas de 151 a 156 já pela RFFSA. Receberam pintura RFFSA - Paraná Santa Catarina, como comprovado por esse fragmento da planta de "pintura de material rodante" da RFFSA-PSC dos anos 60.
Parte da planta original de pintura para as GE25toneladas entre 1957 e 1965. Coleção Ricardo Pinto da Rocha.
Com a implantação do Sigo, cuja regional de Curitiba foi a pioneira, servindo como piloto para toda a RFFSA, em 1981 e o começo de seu uso em 1984, foram renumeradas de 900505 a 900510, ficando, entretanto apenas com os três últimos dígitos pintados em suas laterais, ao contrario das demais locomotivas, que receberam todas quatro dígitos. Por exemplo, a 900506 tinha apenas 506-4L pintado, sendo o -4 o digito verificador e o "L" a 11ª letra do alfabeto, representando a 11ª regional da RFFSA, que era originalmente a Paraná - Santa Catarina. Posteriormente apenas a 510-2L recebeu um "0" na frente tornando-se 0510-2L.
Na RFFSA, devido a problemas técnicos de falta de peças para o motor original (H81-600), devido a uma política que restringia muito as importações, as oficinas de Curitiba promoveram uma reforma de repotêncialização dessas maquinas. Seus motores foram todos substituídos por Alfa - Romeu Série 180.
Além dessa modificação, elas passaram a ter transmissão mecânica de um eixo ao outro por braçagens externas, ao contrário do original, corrente interna, pouco confiável e segura. Na locomotiva 510 foram ainda instalados vários pega-mão adicionais, para aumentar a segurança dessa maquina, que ficava permanentemente nas oficinas de Curitiba.
Hoje:
Atualmente a 510 se encontra com a ABPF - Rio Negrinho, em condições operacionais com pintura ex - RFFSA. As demais continuam a trabalhar no Paraná ou Santa Catarina, estando ou no Pátio de Rio Negro/Mafra ou locadas em oficinas como a de Ponta Grossa ou Uvaranas todas com pintura ALL Vermelho. Excetuando a 506 que foi repintada de azul e reformada pela Bunge, estando em Uvaranas.
Locomotiva 506 em Apucarana. Foto Fernando Domeze.
São as maquinas mais velhas em operação pela ALL e as diesel mais velhas em operação no Brasil, tendo 63 anos de uso ininterrupto em 2009. Demonstraram ser ótimas, pois sobreviveram a outras que vieram depois e se foram há muitos anos já, como a U5B por exemplo, cujas unidades oriundas da RVPSC encontram-se quase todas em estado lamentável ou já retiradas.
GE 25T nº152 (originalmente a nº2) RFFSA-RVPSC - Curitiba Fotográfia de Tony Belviso Coleção Rafael Correa.
Fontes:
GE 25T - Wikipedia
North East Rails - GE 25-40 Ton Industrial Locomotives - acesso em 04 de junho de 2011
Especificações:
Motor primário: H81 -600 (Original) ALFA ROMEU Série 180 (alterado na década de 70) (RVPSC)
Velocidade mínima: indefinido
Velocidade máxima: 32 km/h
Esforço de tração continuo: 6800 Kgf
Peso bruto: 23,1 ton
Potencia disponível pra tração: 150cv
Truque: 0-4-0 (maquina de manobra, indicada apenas na classificação White)
Raio mínimo de inscrição em curvas: 12 m